Pois foi, estava decidido que queria mesmo conhecer Moçambique e tudo se conjugou para o fazer acontecer. As viagens para Angola estão em ‘hold’ e Mz é um mercado que importa conhecer… nada melhor que pegar na mochila e ir até lá.
Tudo em Mz superou as minhas expectativas! É apenas justo que comece por dizer isto. E convenhamos, quem me está a ler neste blog, sabe que não sou exactamente rookie nestas andanças por África.
O aeroporto de Maputo parece que saiu da máquina do tempo, mas, ao contrário do de Luanda, veio bem preservado e com melhorias. As pessoas são simpáticas e o visto, imagine-se, foi-me concedido no aeroporto, à chegada, sem nenhumas perguntas feitas.
À saída do aeroporto tinha a Sylvia e o Miguel à espera, os meus únicos contactos em Mz e que nem sequer conhecia pessoalmente. E sobre eles ouvirão falar mais vezes de certeza; senti-me tão em casa como se estivesse mesmo em casa. Eles e todas as outras pessoas que fui conhecendo ao longo destes fantásticos 10 dias e de que vos vou falar mais adiante.
Sobre Maputo, as fotos são elucidativas, mas para quem está habituado a Luanda, a diferença é enorme. Maputo é ampla, limpa, segura e ordenada e – não fora o hábito de conduzirem do lado errado da estrada – podia bem ser uma cidade Europeia, só que melhor. Melhor porque tem as cores, os cheiros e as gentes de África e melhor porque tem o Índico como moldura.
Infelizmente, o tempo neste início de verão em Maputo estava o equivalente a uma primavera europeia. Bom para andar sem mangas de dia, mas menos bom à noite. Mas nem isso me tirou a vontade de lá ficar. Em Maputo fiquei inicialmente dois dias; o suficiente para levar o Miguel ao aeroporto de volta a Lisboa e ainda acompanhar a Sylvia numa reunião, com ar muito profissional (consegui mesmo não me rir, apesar do espanto dos nossos interlocutores); Foi ainda em Maputo que conheci o Daniel, que veio a ser parceiro de férias e caminhadas uns dias depois em Nampula.
Ao 3º dia apanhámos o avião para Nampula. Conheci a Raquel que nos trouxe o carro e fomos para as Chocas. Um sítio chatíssimo, onde estivemos com o Daniel e a Ana a apanhar uma terrível seca, rodeados de mar azul-turquesa, areia branca e com a Ilha de Moçambique ao fundo. Felizmente, fomos salvos de uma atroz morte de tédio pelo knowledge da Sylvia na preparação artesanal de caipirinhas e pelos dotes negociais da Ana e do Daniel na compra de caranguejos. Fácil de ver que eu detinha os dotes complementares: comer caranguejo e beber caipirinha – dotes estes que me valeram mais 4kg no fim da viagem.
Eu com a Ana e o Daniel
A Sylvia a fazer caipirinhas com micro-limas e vodka
A Ilha de Moçambique é mais um daqueles sítios mágicos, que dificilmente se descreve por palavras ou imagens. Precisa ser sentido, percorrido e vivido. Foi isso que fizemos e foram momentos que não vou esquecer.
Nacala foi o destino seguinte e o Bay Diving lodge, o local de alojamento. Dizer que tinha uma vista deslumbrante para a baía, é um understatement. Ainda por cima, com o bónus adicional de ver as baleias a nadar em busca de alimento de manhã e ao fim da tarde. Aqui conhecemos o Bastian; um alemão sozinho em passeio por África, com quem partilhámos algumas horas de barco e uma festa de fogueira com o
Kingsley Holgate. Um sul-africano que conhecemos na noite em que se despedia do tradicional barco à vela do Índico, com que tinha acabado de circum-navegar África em 448 dias.
O Bay Diving
A vista ao pequeno almoço (6.30h)
Bastian, o amigo alemão
Uma baleia menos tímida
Um dia de paragem de Novo em Nampula, onde conheci o museu de etnologia (ena, um museu!!!) e foi o regresso a Maputo, com muita pena minha, deixando para trás dias muito felizes e alguns fantásticos amigos novos.
A Raquel na loja do museu
A voltar, de certeza e em breve!
* - 'maningue nice' é a versão Moçambicana de 'bué fixe'