My African House

Thursday, September 13, 2007

C'est l'Afrique

Esta expressão, ‘c’est l’Afrique’ acompanhada de um encolher de ombros, era a forma que os franceses que conheci na Guiné-bissau – na minha primeira experiência em África – utilizavam para referir aqueles eventos de tal modo inverosímeis, que só em África eram possíveis.

Bem, lembrei-me dela pelo meu fim-de-semana, especialmente tendo em conta o final da semana anterior, que está ali no post abaixo. Passo a contar.

Sábado, acordei antes das 6 da manhã para levar o Pedro e a Susana ao aeroporto. Despedi-me deles e voltei para casa, para a cama. Só voltei a acordar às 11.20, o que diz bem do meu cansaço. Falei com a Inês e fui buscá-la para irmos à praia. Ainda não está o habitual tempo de verão, mas foi um almoço e lanche agradável, no qual tivemos a companhia do Manuel, que decidiu tentar melhorar o seu tom pálido.

Seguiu-se um animado jantar com amigos da Inês e pouco depois da meia-noite fomos para o Palo’s. Minutos mais tarde chega a Marta, o Luís e o Manuel. Uns dedos de conversa e quando a música se tornou demasiado alta, fomos para a pista. Dançámos até nos ‘correrem’ para a rua, já pouco depois das 4 da manhã.

Como já referi aqui antes, a saída do Palo’s requer alguma preparação e cuidados… muitos estrangeiros juntos atraem naturalmente alguns miúdos (e menos miúdos) indesejados. Posto isto, enquanto conversávamos à saída, a Marta deu-se conta que os meninos tinham todos ido embora e a deixaram sozinha. Ora, como o seu carro estivesse algo longe, decidi oferecer-lhe boleia até ao carro; entramos eu , ela e a Inês, fechamos a porta, eu rodo a chave e…. nada. Rodo de novo e de novo nada acontece. A bateria tinha experimentado o seu ‘passamento físico’(*).

Olhamos uns para os outros, e eu sugiro que acompanhemos a Marta ao carro dela e que ela nos leve um a um a casa. Assim foi.

Chego a casa e constato que, de facto, o técnico tinha deixado a bomba eléctrica arranjada, mas, por algum motivo, a torneira do autoclismo não tinha água. Nem uma gota. Demasiado ensonado, fui deitar-me.

Domingo, acordo perto das 11, vou à sala, carrego no comando da televisão e.. nada. – Bolas, faltou a luz!- pensei. Saí para ir ligar o gerador. Abro a porta, ligo a chave e… nada. Outro ‘passamento físico’. Nesta altura, respirei fundo, dei-me conta que estava em casa, sem carro, sem água na casa de banho e sem luz e pensei… c’est l’afrique.



(*) Passamento físico é o eufemismo utilizado nas páginas de necrologia locais. Não sendo um tema divertido, é concerteza uma expressão invulgar.

3 Comments:

At 12:08 PM, Blogger Luís Aguiar said...

Meu amigo...estou a ver que as coisas não estão nada fáceis...Aguenta-te à bronca...
Mais uma vez não conseguimos combinar o nosso copo ou jantar...Regressas quando?
É incrível mas mesmo após estas histórias eu ainda tenho saudades de Angola e de África...
Grande abraço.
LPA

 
At 8:34 PM, Blogger Dundee said...

Estás a desconseguir! este também é um lindo termo aí utilizado.

 
At 11:45 PM, Blogger Unknown said...

Ámigo... vais ver k isto ainda vai kuiar bué!
Sem maka, ya?

E a noite de sábado foi tãããooo engraçada, vá lá! ;)
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E olha o Luís!!!

Alô!... Dá notícias, sim?!
Não queres voltar?!... De certeza?...
Tu vê lá, k a malta anda a precisar de recursos!!!

 

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